Um Marea HLX 2.0 (top de linha) do primeiro ano-modelo, 1999: boa dotação de itens de segurança, excelente desempenho, muito conforto, luxo, sofisticação e tecnologia. Mas a manutenção deste Fiat é cara e difícil, o consumo de combustível é alto e o design sóbrio da traseira não combina com o agressivo da frente.
A campanha de lançamento do Turbo: o anunciava como o carro mais rápido do Brasil. Este Marea aliava luxo e conforto com esportividade e alta performance, pois o motor de 2 litros com turbo e intercooler rendia 182 cv, com o que se obtinham velocidade máxima de 220 km/h e 8 s para acelerar de 0 a 100. O médio da Fiat era referência pra quem gosta de andar rápido e aprecia carros potentes, sobretudo nesta versão.
Lançado em meados de 1998, o Marea
vinha representar a Fiat no segmento dos médios de luxo, enfrentando o
bem-sucedido Vectra, os nacionalizados Honda Civic e Toyota Corolla e alguns importados. O nome vem da palavra italiana que significa maré. Veio para suceder o Tempra e era oferecido inicialmente em acabamentos ELX e HLX, este o superior. Ambos vinham com o motor 2.0 de 5 cilindros, de 142 cv de potência, com cabeçote e cárter de alumínio, comando duplo com quatro válvulas por cilindro, comando de admissão com tempo de abertura das válvulas variável e um dissipador de calor do óleo refrigerado à água (trocador de calor). Ambos traziam um pacote de equipamentos completo, incluindo itens de segurança como freios antitravamento (ABS), lavadores de farol, faróis auxiliares e bolsas infláveis frontais e laterais (estas uma primazia) na versão de topo, e de série nas duas vinham comandos elétricos de vidros (nas quatro portas), travas e retrovisores, ar-condicionado e direção hidráulica. Opcionalmente, o HLX podia vir com teto solar e bancos revestidos em couro. Em novembro do mesmo ano, foi apresentada a versão de entrada SX, que transformou a ELX em intermediária e aposentou definitivamente o Tempra, repetindo o que aconteceu na linha Vectra em 1996 - na qual o modelo GL foi apresentado em meados daquele ano, transformando o GLS em intermediário e aposentando definitivamente o Monza. O Marea mais simples tinha a mesma motorização 2.0, mas com potência anunciada de 127 cv ante os 142 do intermediário e do de topo, como forma de receber desconto no IPI, tal qual a GM fizera em 1994 com os Omega/Suprema movidos a álcool (tinham 130 cv mas eram anunciados com 126 cv), e na mesma época com o Vectra CD (tinha 138 cv, mas era anunciado com 128 cv). Esta unidade motriz se destacava por permitir um grande desempenho, com velocidade máxima de 200 km/h e aceleração de 0 a 100 em 10 s. No início de 1999, o sedã da Fiat ganhou a versão Turbo, que era muito bem equipada. A potência passava para 182 cv, que lhe dava velocidade máxima de 220 km/h e 8 s para acelerar de 0 a 100 km/h. A mecânica deste Marea se diferenciava por ter as partes móveis reforçadas, cabeçote de maior fluxo com comandos mais agressivos, turbocompressor Garrett TB2810 .42/.49, radiador de óleo, intercooler e novos parâmetros de gerenciamento eletrônico na programação da Central Eletrônica, além de suspensão com calibragem mais firme, amortecedores e barra estabilizadora com mais carga valorizando a estabilidade, como é regra em carros esportivos. Seus opcionais eram disqueteira, controle remoto do sistema de som no volante, bancos em couro e teto solar. Se diferenciava dos outros três por vir com rodas esportivas e saídas de ar no capô, como nos Kadett GSi e Sport e na Ipanema Flair, já extintos à época. No mesmo ano, o médio da marca italiana foi eleito carro do ano pela revista AutoEsporte. Para a linha 2000, o acabamento de entrada recebia o motor 1.8 de 4 cilindros e 132 cv de potência - o mesmo do Brava HGT, deixando o 2.0 restrito aos três superiores (no ELX e no HLX era aspirado). Com o motor menos potente, os freios traseiros eram a tambor, e o sistema a disco era somente para as versões de maior cilindrada. Foi oferecida a série especial City, mais despojada e voltada a frotistas e taxistas, que não teve êxito. A motorização menor levava o carro a 195 km/h, e para acelerar de 0 a 100 eram necessários 10 s. Para 2001, o intermediária e de topo agora vinham com a unidade de 2.4 litros, com 160 cv de potência - também de 5 cilindros, cujos números de desempenho eram velocidade máxima de 205 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 9 s. Vinculada a este propulsor, havia oferta de transmissão automática de 4 velocidades, com opções de condução esportiva, normal e para piso escorregadio, que o Tempra nunca ofereceu. A outra novidade era a reformulação do grupo ótico traseiro, com novas lanternas, tampa do porta-malas redesenhada e moldura da placa cromada. O sedã ganhou em competitividade, e esta foi também uma boa resposta a concorrência, pois no mesmo ano foi apresentado o Civic renovado, a Ford e a Volkswagen passaram a importar respectivamente Focus Sedan e Bora (o primeiro vinha da Argentina via Mercosul e o outro do México), enquanto Corolla, Vectra e Astra Sedan permaneceram praticamente os mesmos, com a diferença de que a dupla da General Motors ganhou evoluções interessantes e significativas, e o sucessor do Monza ainda liderava as vendas, tinha linhas elogiadas e era sonho de consumo de muitos. A partir de 2002, as vendas do Marea caíram de forma assustadora, pois este Fiat não aguentou a concorrência com o Honda e foi penalizado pelas alíquotas de IPI maiores para motores acima de 2 litros, a exemplo do que também ocorreu com o rival da marca da gravata. Além disso, o sedã já estava com a imagem seriamente prejudicada por conta do problema crônico de formação de borra de óleo, consequência dos longos intervalos de troca de óleo prescritos no manual, e da péssima qualidade do combustível brasileiro. Em 2003, a segunda geração do Corolla estreara e as vendas caíram mais, como aconteceu com o concorrente da GM, que recebeu a unidade de 2 litros para se encaixar em tributação mais baixa, mas estava defasado. A marca de Turim insistiu em manter os motores de 160 cv, e isso naturalmente penalizou as vendas. Para 2004, o propulsor de 4 cilindros foi estendido ao acabamento ELX como tentativa de recuperar as vendas, deixando o de maior litragem restrito ao HLX, que agora vinha somente com transmissão automática. Para 2005, os air-bags laterais e o sistema antitravamento (ABS) passaram a ser opcionais, incoerência num carro desse padrão, e o motor 1.6 Corsa Lunga, que equipava o Brava, passou a ser oferecido na versão de entrada. Em 2006, não houveram grandes alterações. Apenas a traseira foi modificada e o acabamento SX recebeu rodas aro 14 com pneus 185/65, como no hatch com quem compartilha a plataforma. Em 2007, não houveram mudanças expressivas. Vendendo pouco e defasado diante da concorrência, o Marea deu adeus. Apesar do bom conjunto, a formação de borra e a manutenção cara e difícil prejudicaram a carreira do médio da Fiat, que não oferecia nem como opcionais ar-condicionado automático, bancos com regulagem elétrica e computador de bordo, itens que eram disponíveis no Tempra.
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