segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Royale (1992 – 1996)

A Royale não teve sucesso por vir com 3 portas, enquanto a Quantum de segunda geração,da qual é derivada, tinha 5 portas. Além disso, as mudanças de estilo em relação a sua clone não convenceram, não existiam os requintes da Belina e suas características não eram condizentes com um Ford. Na foto acima, uma Ghia de 1994.
Uma Ghia 5 portas de 1995. Esta versão foi lançada em maio do mesmo ano e trouxe evoluções como tentativa fracassada de se recuperar nas vendas.

Lançada no início de 1992, a Royale era a perua da linha Versailles e vinha para suceder a bem-sucedida e saudosa Belina. A estratégia de marketing da Autolatina, de lançá-la somente com três portas, era inadequada. A associação alegava que não havia lugar para ela e a Quantum com cinco portas. Era oferecida em acabamentos GL (de entrada), com motor 1.8 ou 2.0, e Ghia, sempre com motor 2.0, que tanto podia ser a carburador como a injeção eletrônica. Ambas as versões podiam vir tanto a álcool como a gasolina, exceto a Ghia com injeção. A perua já vinha com catalisador, para atender as novas normas antipoluentes, e oferecia freios antitravamento(ABS), tecnologia que compartilhava com sua clone da Volkswagen. No entanto, a Royale tinha um estilo discutível com elementos controvertidos, como a pintura em preto-fosco na coluna traseira e o volante antiquado de dois raios. Os comandos do ventilador e do ar-condicionado eram os mesmos do Santana de primeira geração, e as teclas de faróis, pisca-alerta e desembaçador eram semelhantes as do Corcel e não havia o acabamento requintado de sua antecessora. Em 1993, mudanças pequenas: novo ar-condicionado, função um toque e proteção anti-esmagamento nos vidros elétricos e novo alarme com acionamento pela chave. Chegava também o carburador eletrônico, que dispensava o afogador, mas que deu muitas dores de cabeça aos usuários. Em 1994, chegavam novidades: injeção eletrônica FIC, novo acabamento interno semelhante ao do Del Rey, novas supercalotas para a GL e novas rodas de alumínio para a Ghia, e opções de teto solar elétrico, CD Player, bancos de couro e volante com regulagem de altura. Nesse ano, a perua foi vitimada pelo fim da Autolatina, como ocorreu com o próprio Versailles, e também com Logus e Pointer. Ainda assim, sobrevive devido a um acordo no qual a Ford e a Volkswagen suportariam produtos híbridos durante dois anos. Para 1995, chegava a oferta da injeção eletrônica para as versões movidas a álcool. Em março deste ano, a Royale ganhava novo acabamento, com a eliminação da pintura em preto-fosco nas colunas posteriores, além de nova grade dianteira. Em maio chegava a versão de cinco portas, e a de três desaparecia - o que ocorreu dois anos antes com a Ipanema, da General Motors. Por dentro, mudaram o painel, o quadro de instrumentos e o volante, que passou a ser de quatro raios e a antena passava a ser integrada ao pára-brisa. Quando esses melhoramentos foram introduzidos na Royale, já era tarde. Afinal, a Ford começou a importar a Mondeo SW para o seu lugar, a exemplo do Fiesta, que era trazido da Espanha para o lugar do Escort Hobby, e a perua belga com todos os opcionais e tecnologicamente mais avançada, saía mais barata que a perua brasileira na mesma condição. Para 1996, a Royale trazia apenas novas cores e deixava o mercado, uma vez que o segmento de peruas estava se renovando com a chegada da segunda geração da Parati, o acordo de fornecimento de componentes entre a Ford e a Volkswagen foi rompido, e finalmente as baixas vendas, que não colaboraram para a sua permanência no mercado - o que ocorreu também com Elba e Suprema. A Fiat já estava superada e devido a chegada da linha Palio, seu fim se aproximava; e a GM teve sua retirada de linha pedida pelas concessionárias Chevrolet, que alegavam que poderia atrapalhar as vendas do Blazer, que é um SUV e não uma perua. Para 1997, o segmento continuou sua renovação, com a introdução das compactas Palio Weekend e Corsa Wagon e da média Escort SW. A Ipanema, também média e derivada do Kadett, foi descontinuada devido às vendas baixas, as linhas superadas que não caíram no gosto popular, e também por que o hatch que a originou estava com a saída de linha marcada para o ano seguinte, assim como o Omega. 


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