sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Elba (1986 - 1996)

A Elba se destacava pelo espaço para os passageiros e pelo grande porta-malas, mas nunca conseguiu superar sua arquirrival Parati em vendas. Na foto, uma CS 1.5 três portas de 1986, seu ano de estréia.
A versão de cinco portas, novidade da linha 1990. Apesar do conforto adicional, as vendas não decolaram e a perua da Fiat nunca conseguiu superar a adversária da VW. Na foto, uma CSL de 1994, ano em que recebeu o motor 1.6 com injeção eletrônica e direção hidráulica.
A Elba Weekend, versão básica lançada em 1991, já vinha com motor de 1.5 litro e era oferecida a princípio somente com cinco portas. No ano seguinte seria oferecida também com três portas - um prenúncio do que ocorreria em 1994 com o Uno Mille ELX, lançado em março daquele ano com cinco portas e apresentado em julho seguinte com três.
Acima, o exemplar da Elba acusado de ser a origem do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, ocorrido em 1992.


Lançada em 1986, a Elba é a perua da linha Uno. Foi apresentada para suceder a já obsoleta Panorama, derivada do 147 e seu nome vem da ilha italiana. Media 4,03 m de comprimento e tinha 2,36 m de distância entre-eixos. Vinha em acabamentos S (de entrada), com motor 1.3 e CS (de topo), com motor 1.5 argentino da Sevel (associação Fiat-Peugeot), porém com três portas como sua antecessora e de acordo com a preferência nacional de então. Ambas tinham os interessantes comandos tipo satélite e cinzeiro móvel. A versão de entrada tinha rodas de aço estampado aro 13 com calotas parciais e pneus 145/80, buzina monotônica, piscas dianteiros na cor âmbar, ventilador de uma velocidade (muito barulhento) e painel simples, que trazia apenas velocímetro e marcador de combustível. A de topo trazia pneus 165/70, janelas laterais traseiras basculantes, marcador de temperatura, supercalotas, lavador elétrico do pára-brisa, temporizador, encostos de cabeça (estes opcionais na S), volante com desenho exclusivo, estofamento de qualidade superior e opcionalmente vidros elétricos, check-control, computador de bordo e rodas de alumínio. O grande destaque da Elba era o espaço interno e de bagagem, amplo como o da Panorama. Mas como nem tudo é perfeito, os conhecidos defeitos crônicos da correia dentada - que durava pouco a ponto de exigir retífica do cabeçote e o péssimo câmbio - problemático e de engates duros, permaneceram. Seu coeficiente aerodinâmico (Cx) era de 0,34, notável evolução sobre o 147 e seus derivados. A perua Uno também se destacava por ter uma ótima estabilidade, como o hatch que a originou, o sedã Prêmio, a superada linha 147 e a família BX da Volkswagen (Gol/Voyage/Parati/Saveiro). Em 1987, não vieram mudanças relevantes, apenas a inclusão das luzes de direção laterais. Para 1988, mudou o desenho das supercalotas, o comando dos vidros elétricos passou para a porta e o carburador foi melhorado para facilitar as partidas. Neste mesmo ano, o motor 1.5 foi aperfeiçoado e a potência passou de 71 para 82 cv. Na linha 1989, a perua passou a ser oferecida em acabamento CSL, com bagageiro no teto e interior e exterior iguais aos da mesma versão do Prêmio. A CS foi eliminada, mas poderia ser mantida como versão intermediária, enquanto a S permaneceu com o motor menor. Em 1990, o motor 1.6 ACT argentino chegava para equipar o acabamento de topo no lugar do 1.5 e finalmente chegava a carroceria de cinco portas, mas a de três continuou sendo oferecida. Contudo, a perua herdou o velho inconveniente do Prêmio da inexistência de vidro elétrico traseiro e abertura da janela só até a metade. No ano seguinte, vinha a reformulação externa com grade e faróis mais baixos, a versão CSL ganhou rodas de alumínio e chegou a Elba Weekend, mais despojada e com o motor de 1.5 litro - agora o Fiasa e não mais o produzido no país vizinho. Em 1992, chegaram o catalisador para toda a linha e a injeção monoponto nas versões 1.5, enquanto as luzes direcionais laterais e o motor 1.3 deixaram de existir. O acabamento CS retornou se juntando ao CSL (de topo), que permaneciam com carburador e ao Weekend (básico), que podia agora vir também com três portas. Ainda assim, as vendas não reagiam e a Parati manteve seu reinado. Neste mesmo ano, a Elba marcou por ter sido o carro que derrubou o então presidente Fernando Collor de Mello. Ele comprou um exemplar da perua com dinheiro proveniente de escândalos de corrupção, resultando em seu impeachment. Na linha 1993, houve um enxugamento da linha, pois só as versões básica e de topo permaneceram. Para 1994, as ofertas de injeção monoponto e direção hidráulica finalmente chegaram na CSL. O novo propulsor rendia agora 83 cv e 13,2 mkgf. Os logotipos das versões foram para a lateral e os da cilindrada foram para a traseira. Foi oferecida a série especial Top, na cor Azul Gurundi perolizado, com motor 1.6 e acabamento exclusivo. As versões de três portas saíram de cena, e a opção de carburador deixou de existir para o motor 1.5, que podia vir agora com injeção monoponto abastecido com álcool, com 73 cv e 13,3 mkgf ante 67 cv e 12 mkgf do equivalente a gasolina. Apesar das evoluções, as vendas continuaram baixas e a adversária da marca alemã permanecia no trono. No ano seguinte a Weekend ganhou novas supercalotas (as mesmas do Uno CS) e a CSL era renomeada Elba 1.6 i.e.. O carburador também se despediu da unidade motriz de maior litragem. Em 1996, ao completar uma década, a Elba ganhou apenas novas opções de cores externas e acabou saindo de linha em meados do ano, uma vez que sentia o peso da idade. Naquela época, a Volkswagen apresentou a segunda geração de sua arqui-rival, marcando o início da modernização do segmento, que prosseguiria no mesmo ano com a descontinuidade de Ford Royale (média) e GM Suprema (grande), e se estenderia para os dois anos seguintes: em 1997 chegariam a média Escort SW e as compactas Corsa Wagon e Palio Weekend, sendo esta a substituta da perua da Fiat, e a também média Ipanema, da General Motors, fora extinta por vender pouco, sofrer o canibalismo interno da derivada do carro de entrada da marca da gravata e mostrar a idade do projeto. Além disso, o carro que a originou - o Kadett, estava com a saída de linha marcada para 1998, quando a marca ítalo-mineira apresentou a Marea Weekend e deixou o segmento de peruas todo novo. Exceção foi a Volkswagen Quantum, derivada do Santana, que só recebeu pequenos retoques e se manteve defasada como o sedã.

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