O Prêmio foi o carro mais vendido na Argentina, mas aqui não fez sucesso como o seu antecessor Oggi. Herdou deste os problemas crônicos da correia dentada - que se rompia a ponto de exigir retífica do cabeçote e do câmbio problemático e de engates difíceis. Na foto um CSL de 1994, último ano em que o modelo foi produzido no Brasil.
O Prêmio em sua versão inicial de duas portas. Na foto um S de 1985, com motor 1.3.
Um Prêmio SL de 1992, quando recebeu a injeção eletrônica monoponto no motor de 1.5 litro. A potência era de 67 cv ante 61 da versão com carburador, que perdeu potência por causa do catalisador.
Um Duna 1.6 i.e. de 1995, seu último ano, quando a produção foi transferida para a Argentina.
Lançado em 1985, o Prêmio é a
versão de três volumes do Uno e veio para suceder o Oggi da linha
147. Destacava-se pelo amplo porta-malas e pela economia de combustível, mas teve
pouco sucesso no mercado brasileiro, pois trazia os mesmos problemas crônicos do
modelo de que deriva e do carro que substituiu, como o péssimo câmbio e a
correia dentada que durava pouco, chegando a exigir retífica do cabeçote. Vinha
em acabamentos S, com o motor 1.3 do Uno e do
147, e CS, este o superior, com o mesmo motor e
opcionalmente o 1.5 argentino produzido pela Sevel (associação
Fiat/Peugeot). Ambas as versões vinham apenas com duas portas, tanto a álcool
como a gasolina. Trazia suspensão traseira independente McPherson, que era mais
robusta e mais adequada as más condições das vias brasileiras, e havia a opção
de computador de bordo para a versão de topo. Evoluções interessantes eram a
garantia de quatro anos contra a corrosão da carroceria e o intervalo de troca
de óleo de 15.000 km com o uso do óleo indicado. Para 1986, nenhuma mudança mais
significativa, e o sedã compacto da Fiat foi eleito o Carro do Ano pela revista Autoesporte. Uma
mudança para o ano seguinte foi a inclusão de luzes direcionais nas
laterais. Chegava a versão CSL (top de linha), disponível somente com o motor
argentino e com 4 portas. Era mais confortável e vinha com itens interessantes
naquela época, sendo alguns inéditos. Como nem tudo é perfeito, não havia
vidro elétrico traseiro nem como opcional e o formato das portas traseiras
restringia a abertura da janela até a metade. Para 1988, o motor 1.5 era
aperfeiçoado, e a potência subia de 71 para 82 cv. A opção de 4 portas era
estendida a versão S. No ano seguinte, os itens de acabamento e conforto ganharam
atenção especial, com os novos bancos com encostos de cabeça vazados e novo
revestimento na versão de topo, que em contrapartida perdia o painel com
comandos satélites e cinzeiro móvel. A versão intermediária ganhava motor 1.5 de
série, ficando o 1.3 restrito ao acabamento de entrada. O modelo S de quatro portas era renomeado SL. Para 1990, o motor 1.5 das
versões superiores cedia seu lugar ao 1.6 ACT argentino, que rendia 88 cv a combustível de cana e 84 cv a derivado de petróleo. Em 1991, vinha a reestilização
externa - com nova grade frontal e novos faróis. O CSL ganhava rodas de
alumínio no lugar das supercalotas. Para a linha 1992, as luzes direcionais
laterais e o motor 1.3 desapareciam, chegava o catalisador e o 1.5 Fiasa substituía esta unidade
motriz e ganhava injeção eletrônica monoponto nas versões menores, enquanto a
de topo permanecia com o 1.6 carburado. No ano seguinte, nenhuma mudança relevante. Apenas a nomenclatura das versões foi alterada: a versão SL saiu de linha para dar lugar ao CS de 4 portas. As
vendas continuaram baixas. Em 1994, a carroceria de duas portas e o acabamento S desapareceram. O motor 1.5 a combustível vegetal era agora alimentado por injeção monoponto e deixou de existir a opção de carburador nesta mecânica. Já a
versão top de linha ganhava finalmente as ofertas de injeção multiponto e de direção hidráulica, mas ainda assim as vendas não melhoraram. Para
1995, ao completar uma década de vida, o Prêmio teve sua produção transferida para a Argentina, de onde passou a
vir com o nome Duna por meio do Mercosul (como já ocorria com o Voyage 4 portas desde 1992, e viria a ocorrer a partir do ano seguinte com a linha Escort/Verona e com a D-20), e se despediu do
mercado brasileiro no mesmo ano. Em 10 anos no Brasil, o sedã derivado do Uno jamais conseguiu repetir o sucesso obtido no país vizinho, onde foi campeão de vendas. Isso decorre do fato de que o brasileiro ainda não era adepto de sedãs de pequeno porte - paradoxalmente, o Voyage, seu concorrente direto, teve boa aceitação e vendas muito melhores e o Chevette foi campeão brasileiro de vendas em 1983. A versão de quatro portas não foi bem aceita no carro da GM, pois era destinada a exportação - consequentemente, não teve sucesso aqui, uma vez que a preferência nacional pelos carros de duas e de três portas ainda imperava à época. No caso do Volkswagen, a carroceria que deixou de ser oferecida em 1986 retornaria em 1990, mudando a preferência do nosso público e deixando para trás preconceitos absurdos como o de que "lembra táxi".
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