quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Ipanema (1989 – 1997)

A Ipanema não conseguiu repetir o sucesso do Kadett de quem deriva por conta de suas linhas, como se vê pela foto. Mas a perua tinha boas qualidades, como o bom espaço interno e de bagagem e o conforto. Acima, uma SL/E 1.8 de 1992.

Novidades bem-vindas a Ipanema no ano de 1993: motor 2.0 e cinco portas, que se tornou padrão e tirou a de três do mercado. Já a motorização 1.8 permaneceu somente no acabamento de entrada.
A campanha de lançamento da Ipanema, no final de 1989: mostrava as vantagens que a perua oferecia, e alguns itens inéditos, que não vinham nem como opcionais nas concorrentes. Esta versão do Kadett chegou para preencher a lacuna deixada pela Marajó - derivada do Chevette descontinuada meses antes, e expôs a idade das adversárias, sobretudo Caravan e Belina. A station da linha Opala tinha 15 anos, e a da Ford teve duas gerações, estava prestes a chegar a segunda década de vida, e foi integrada a linha Del Rey em fins de 1986, o ano da descontinuação do Corcel que a originou. Já a dupla da Volkswagen, apesar de mais recente, mostrava o peso dos anos: a Parati, então líder do segmento, tinha 7 anos (foi lançada em 1982) e aerodinâmica sofrível (Cx de 0,45), e a Quantum tinha somente 4 anos, era considerada moderna para os padrões brasileiros, mas não para os mundiais, uma vez que apresentava a deficiência mencionada na irmã menor (Cx de 0,41) e fora substituída na Europa.


As três séries especiais da Ipanema: a Wave, de 1992, com logotipos adesivos nas laterais, bagageiro no teto e rodas de alumínio usinadas; a Sol, de 1993, ainda com três portas e motor 1.8, que trazia bagageiro, rodas de alumínio não-usinadas, piscas dianteiros incolores, volante de três raios, painel com grafia amarela, para-choques pintados e os emblemas na cor laranja; e a Flair, de 1994, que tinha os três primeiros itens da Sol, adicionava capô com saída de ar e vinha com cinco portas e a unidade motriz de 2 litros. 

Duas fases da Ipanema SL de 1993: a primeira (na cor prata) estreou no final de 1992, ainda com três portas; a segunda (na cor verde) foi apresentada em abril seguinte com cinco portas, carroceria que chegou para ficar, mas que não ajudou a emplacar a perua.
Duas fases da Ipanema GL de 1995: a primeira, lançada em maio de 1994, ganhou novos itens, mas externamente era igual a deste último ano e fabricada ainda em São José dos Campos; a segunda, lançada em outubro seguinte, passou a ser produzida em São Caetano do Sul e era agora a única versão, pois a GLS cedeu seu espaço para a Astra Wagon importada.


Uma Ipanema GL de 1996: tinha melhor acabamento externo, com pára-choques pintados e a grade lembrando os alemães da Opel, mas internamente deixava a desejar em alguns pontos, como os bancos do Corsa Wind e os painéis das portas em plástico injetado. Além do mais, as barras de proteção nas portas não existiam nem como opcionais, mas eram oferecidas em modelos de entrada, como o mencionado compacto que lhe cedeu os bancos e o Uno Mille, que à época tinha doze anos de vida. 

A Ipanema Ambulância, variação da perua oferecida de 1993 (foto de cima) a 1997, quando deixou de ser produzida. Na foto de baixo, um exemplar de 1995. 
A Ipanema foi mais um GM a ter a variação policial, como ocorrera com Monza, Opala, Caravan e Veraneio, e ocorreria mais tarde com Corsa Wagon e Blazer.
Uma Ipanema GL de 1997, o derradeiro ano de vida da perua média da General Motors: vinha com o motor 2.0 a injeção multiponto das versões de entrada e intermediária do Vectra de segunda geração, e sofreu o canibalismo interno da Corsa Wagon, que é compacta e deu sequência a modernização do segmento de peruas no início daquele ano junto com a Palio Weekend, do mesmo porte, e com a média Escort SW. A Parati passara a segunda geração em outubro de 1995, e em 1996 Elba, Royale e Suprema deram adeus. O modelo da Fiat vendia pouco e estava defasado. A station da Ford, fruto da Autolatina e clone da Quantum, idem. Já a perua grande da marca da gravata foi descontinuada a pedido das concessionárias Chevrolet, por temor de atrapalhar as vendas do Blazer, que é um utilitário-esporte.


Lançada no final de 1989, a Ipanema não conseguiu repetir o sucesso do Kadett, de quem deriva. Veio para substituir a Marajó, derivada do Chevette, e era disponível nos acabamentos SL (básico) e SL/E (top de linha), ambos com o motor 1.8, tanto a álcool como a gasolina, mas só era oferecida com três portas como o hatch, atendendo a preferência nacional de então. Seu estilo causou muita polêmica, por ser totalmente novo e diferente do das outras peruas daquela época, com o corte da porta traseira vertical constrastando com a frente arredondada e as janelas laterais quadradas, e seu nome vem do bairro carioca. Em contrapartida, a Ipanema era um carro cheio de virtudes, como interior confortável e bem-acabado, porta-malas grande e várias opções de itens de conforto e conveniência. Tinha ainda suspensão traseira com altura regulável (opcional), sistema que permitia ao veículo manter-se na mesma altura a despeito da variação de carga. A estabilidade era melhor que a do Kadett, o que se deve ao maior peso na traseira, mas faltava a cobertura do porta-malas, presente no modelo que a originou. Em 1991, nenhuma mudança significativa, somente novas opções de cores e na versão SL, novo tecido nos bancos. A perua foi o carro oficial do GP do Brasil de Fórmula 1 do mesmo ano, disputado no autódromo José Carlos Pace (Interlagos). Para o ano seguinte, entram em cena a injeção eletrônica monoponto, tanto nas versões a combustível de cana como nas movidas a derivado de petróleo, encostos de cabeça vazados e uma luz no painel, que indicava o momento que o motor pedia a troca da marcha. É lançada a série especial Wave, na cor prata, com rodas de alumínio usinadas (as mesmas do Kadett Turim), bagageiro no teto e logotipos adesivos na traseira e nas laterais. Em 1993, a Ipanema continuou mudando pouco: a gravatinha branca desaparecia e dava lugar a uma placa redonda de fundo preto com o logotipo da Chevrolet em prata, no capô, a mesma usada nas linhas Omega e Monza. As duas versões tiveram itens padronizados com o então líder de vendas da GM (exceto o Classic), como volante e rodas, e ganhavam bagageiro no teto (opcional na SL e de série na SL/E) e cobertura do porta-malas (opcional). A básica recebia carpete na parte posterior dos bancos dianteiros no lugar do vinil. Logo no início do mesmo ano, chegava a série especial Sol, na cor Vermelho Creta perolizado, com bagageiro no teto, grafia do painel na cor amarela, volante de três raios do Kadett GSi, para-choques pintados e rodas de liga leve. Em abril, mais novidades: a carroceria de cinco portas, que tirava a de três do mercado definitivamente, e no acabamento de topo, o motor 2.0 substituiu o 1.8, que permaneceu somente para o básico. Mas houve um retrocesso inaceitável, que foi a volta dos obsoletos pinos de travamento das portas, que os veteranos Monza e Chevette não usavam mais. Para 1994, as duas versões foram renomeadas – de SL e SL/E, passaram a ser GL e GLS, como ocorreu com o Monza, representando uma padronização com Omega e Vectra. O tanque de combustível era aumentado para 65 litros, mudança bem-vinda para ampliar a autonomia, uma vez que o anterior, de 50 litros, era criticado por exigir mais paradas para reabastecer. Os letreiros “IPANEMA GL” e “IPANEMA GLS” passaram a ser na porta traseira, enquanto os da cilindrada foram para as portas dianteiras. Chegava a série especial Flair, na cor Cinza Bartok metálico, com acabamento interno de padronagem diferenciada, motor 2.0 a injeção monoponto e saídas de ar no capô, como no Kadett GSi.
Precocemente, em maio, a General Motors apresentava a linha 1995, mas com evoluções: novo painel, nova tampa do porta-luvas (que nos modelos até 1994, era alvo de críticas por ser enorme, excessivamente inclinada, por não parar no lugar e precisar de fortes pancadas para fechar), alarme acionado pela fechadura (até o ano anterior era acionado por ímã no pára-brisa), novos bancos dianteiros e vidros elétricos na traseira e com comando na porta, em vez do console central, que persistiu nas linhas Omega, Vectra e Monza. Em outubro, a produção da perua foi transferida de São José dos Campos para São Caetano do Sul para abrir espaço ao então recém-lançado Corsa, e a versão GLS foi extinta. Para seu lugar, a GM trazia da Bélgica a Astra Wagon GLS, com o motor 2.0 a injeção multiponto, o mesmo dos Vectra GLS e CD. A Ipanema GL permanecia, e ganhava itens da finada versão de topo, inclusive a oferta opcional da mecânica de maior litragem, freios traseiros a disco e transmissão automática, além de novas opções de cores e borrachão lateral mais estreito. Em meados deste ano, os encostos de cabeça passaram a ser fixos e inteiriços. Os pneus finalmente mudaram para 185/70-13, mais adequados a seu porte, uma vez que os antigos 165/80 são estreitos e comprometem a segurança e a dirigibilidade. Em 1996, a perua permaneceu mudando pouco: a luz de troca de marchas foi abolida, chegavam volante de três raios do Vectra, para-choques pintados na cor do carro, lanternas traseiras em tom fumê, piscas dianteiros incolores, emblemas externos cromados, novo pára-choque dianteiro e nova grade dianteira com dois vãos e o grande logotipo cromado lembrando os modelos da Opel. Internamente, os bancos dianteiros eram os mesmos do Corsa Wind e os forros das portas passaram a ser de plástico injetado, um lamentável rebaixamento de qualidade. A modernização do segmento de peruas estava evidente, pois neste ano a Volkswagen apresentou a Parati de segunda geração, enquanto Elba, Royale e Suprema se despediram do mercado. A station da Fiat, derivada do Uno, vendia pouco e sentia o peso dos anos, o que decorre essencialmente do aparecimento da linha Palio. O modelo da Ford, fruto da Autolatina e clone da Quantum, não resistiu as vendas baixas, estava defasado e perdeu a vez por que a marca do oval azul e a do carro do povo decidiram romper o acordo de fornecimento de componentes. A perua grande da GM deixou de ser produzida a pedido da Rede de Concessionárias General Motors, para não atrapalhar as vendas do Blazer, que estava posicionado em outro segmento. Para 1997, pouco mudou como nos anos anteriores: novas rodas em aço estampado e de alumínio (opcionais), o logotipo da cilindrada foi para a parte superior direita da porta traseira e o da versão passou para as portas dianteiras, e o motor 1.8 desaparecia, permanecendo somente o 2.0, agora com injeção multiponto e potência de 110 cv – o mesmo de alto torque dos então recém-lançados Vectra GL e GLS e equipado com componentes nacionais, ao contrário da unidade do Kadett GSi, que rendia 121 cv com peças importadas. A mudança foi feita para atender as normas antipoluição que passaram a vigorar em 1º de janeiro, a exemplo da introdução do catalisador, inexistente até o ano anterior. No início do mesmo ano, a modernização continuou: chegaram a média Escort SW e as compactas Palio Weekend e Corsa Wagon. Esta começou a canibalizar a Ipanema, que saiu de cena em outubro, pois estava defasada e vendendo pouco.

14 comentários:

  1. Ótimo carro,potente,espaçoso,econômico,gostoso de dirigir, não sei porque um carro tá espetacular desse saiu de linha!!

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    1. A Ipanema saiu de linha em fins de 1997, por que no ano anterior a GM anunciou a produção do Astra aqui no Brasil, e a compacta Corsa Wagon lhe tirou mercado. Ou seja, o Kadett de que deriva estava condenado a sair de linha. A década de 1990 foi uma década de reformulação da linha GM. Em 1994, a faixa de entrada da GM passou a ser representada pelo Corsa, que aposentou o Chevette. Em 1996, o segmento de sedãs médios, que tinha o Monza e o Vectra de primeira geração, foi renovado, pois o Vectra de segunda geração substituiu ambos. Em 1998, o segmento dos hatches médios tinha o Kadett, substituído pelo Astra em setembro do mesmo ano.

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  2. Eu amo o kadett Ipanema meu pai teve um SL/E1990 direção hidráulica cinza chumbo linda!!!mais o sistema de carburador OHC consome um pouco mais de combustível por isso quem for compra um kadett um Monza ou uma Ipanema comprem a linha de 92 a 98 são mais econômicas!!!e já com injeção eletrônica!!

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  3. Eu amo o kadett Ipanema meu pai teve um SL/E1990 direção hidráulica cinza chumbo linda!!!mais o sistema de carburador OHC consome um pouco mais de combustível por isso quem for compra um kadett um Monza ou uma Ipanema comprem a linha de 92 a 98 são mais econômicas!!!e já com injeção eletrônica!!

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  4. Saudade dá Ipanema da minha mãe,cor prata, 94 , 1.8 EFI, nunca nos deixou na mão, muito fiável, mecânica barata e não fazia feio frente os 1.6 até 2.0 atuais, é um bom carro.

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    1. A Ipanema 94 que sua mãe tinha era uma GL. Mesmo nessa versão básica a Ipanema é um carro atraente. É tão boa quanto a GLS 2.0, a top de linha.

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  5. Tenho uma gls 95 completassa, ar condicionado,direção hidráulica escamoteavel, travas e vidros alarme de fábrica.tudo funcionando impecavelmente. Minha raridade.recomendo a quem ainda tem dúvidas desse clássico.

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  6. Tenho uma Ipanema 98 único Dono com 86.000 km original um carro maravilhoso

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Um bom carro demais em confort , espaço , duravel e barato , porta malas enorme , anda muito as melhores são a alcool , mas tem que ser roda 15 ai o bicho pega na estrada.

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  9. Tenho uma 94 flair álcool 2.o. 65mil km originais.carro exelente

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  10. Interessante é que NENHUMA perua GM vingou no mercado. Talvez a Caravan, que foi produzida por 17 anos, mas nunca foi uma best-seller. Já a Parati...

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