A Ipanema não conseguiu repetir o sucesso do Kadett de quem deriva por conta de suas linhas, como se vê pela foto. Mas a perua tinha boas qualidades, como o bom espaço interno e de bagagem e o conforto. Acima, uma SL/E 1.8 de 1992.
Novidades bem-vindas a Ipanema no ano de 1993: motor 2.0 e cinco portas, que se tornou padrão e tirou a de três do mercado. Já a motorização 1.8 permaneceu somente no acabamento de entrada.
A campanha de lançamento da Ipanema, no final de 1989: mostrava as vantagens que a perua oferecia, e alguns itens inéditos, que não vinham nem como opcionais nas concorrentes. Esta versão do Kadett chegou para preencher a lacuna deixada pela Marajó - derivada do Chevette descontinuada meses antes, e expôs a idade das adversárias, sobretudo Caravan e Belina. A station da linha Opala tinha 15 anos, e a da Ford teve duas gerações, estava prestes a chegar a segunda década de vida, e foi integrada a linha Del Rey em fins de 1986, o ano da descontinuação do Corcel que a originou. Já a dupla da Volkswagen, apesar de mais recente, mostrava o peso dos anos: a Parati, então líder do segmento, tinha 7 anos (foi lançada em 1982) e aerodinâmica sofrível (Cx de 0,45), e a Quantum tinha somente 4 anos, era considerada moderna para os padrões brasileiros, mas não para os mundiais, uma vez que apresentava a deficiência mencionada na irmã menor (Cx de 0,41) e fora substituída na Europa.
As três séries especiais da Ipanema: a Wave, de 1992, com logotipos adesivos nas laterais, bagageiro no teto e rodas de alumínio usinadas; a Sol, de 1993, ainda com três portas e motor 1.8, que trazia bagageiro, rodas de alumínio não-usinadas, piscas dianteiros incolores, volante de três raios, painel com grafia amarela, para-choques pintados e os emblemas na cor laranja; e a Flair, de 1994, que tinha os três primeiros itens da Sol, adicionava capô com saída de ar e vinha com cinco portas e a unidade motriz de 2 litros.
Duas fases da Ipanema SL de 1993: a primeira (na cor prata) estreou no final de 1992, ainda com três portas; a segunda (na cor verde) foi apresentada em abril seguinte com cinco portas, carroceria que chegou para ficar, mas que não ajudou a emplacar a perua.
Duas fases da Ipanema GL de 1995: a primeira, lançada em maio de 1994, ganhou novos itens, mas externamente era igual a deste último ano e fabricada ainda em São José dos Campos; a segunda, lançada em outubro seguinte, passou a ser produzida em São Caetano do Sul e era agora a única versão, pois a GLS cedeu seu espaço para a Astra Wagon importada.
Uma Ipanema GL de 1996: tinha melhor acabamento externo, com pára-choques pintados e a grade lembrando os alemães da Opel, mas internamente deixava a desejar em alguns pontos, como os bancos do Corsa Wind e os painéis das portas em plástico injetado. Além do mais, as barras de proteção nas portas não existiam nem como opcionais, mas eram oferecidas em modelos de entrada, como o mencionado compacto que lhe cedeu os bancos e o Uno Mille, que à época tinha doze anos de vida.
A Ipanema Ambulância, variação da perua oferecida de 1993 (foto de cima) a 1997, quando deixou de ser produzida. Na foto de baixo, um exemplar de 1995.
A Ipanema foi mais um GM a ter a variação policial, como ocorrera com Monza, Opala, Caravan e Veraneio, e ocorreria mais tarde com Corsa Wagon e Blazer.
Uma Ipanema GL de 1997, o derradeiro ano de vida da perua média da General Motors: vinha com o motor 2.0 a injeção multiponto das versões de entrada e intermediária do Vectra de segunda geração, e sofreu o canibalismo interno da Corsa Wagon, que é compacta e deu sequência a modernização do segmento de peruas no início daquele ano junto com a Palio Weekend, do mesmo porte, e com a média Escort SW. A Parati passara a segunda geração em outubro de 1995, e em 1996 Elba, Royale e Suprema deram adeus. O modelo da Fiat vendia pouco e estava defasado. A station da Ford, fruto da Autolatina e clone da Quantum, idem. Já a perua grande da marca da gravata foi descontinuada a pedido das concessionárias Chevrolet, por temor de atrapalhar as vendas do Blazer, que é um utilitário-esporte.
Lançada no final de 1989, a
Ipanema não conseguiu repetir o sucesso do Kadett, de quem deriva. Veio para
substituir a Marajó, derivada do Chevette, e era disponível nos acabamentos
SL (básico) e SL/E (top de linha), ambos com o motor 1.8, tanto a álcool como a
gasolina, mas só era oferecida com três portas como o hatch, atendendo a preferência nacional de então. Seu estilo causou muita
polêmica, por ser totalmente novo e diferente do das outras peruas daquela
época, com o corte da porta traseira vertical constrastando com a frente
arredondada e as janelas laterais quadradas, e seu nome vem do bairro carioca. Em contrapartida, a Ipanema era um
carro cheio de virtudes, como interior confortável e bem-acabado, porta-malas
grande e várias opções de itens de conforto e conveniência. Tinha ainda
suspensão traseira com altura regulável (opcional), sistema que permitia ao veículo
manter-se na mesma altura a despeito da variação de carga. A estabilidade era melhor que a do Kadett, o que se deve ao maior peso na traseira, mas faltava a cobertura do porta-malas, presente no modelo que a originou. Em 1991, nenhuma
mudança significativa, somente novas opções de cores e na versão SL, novo tecido
nos bancos. A perua foi o carro oficial do GP do Brasil de Fórmula 1 do mesmo ano, disputado no autódromo José Carlos Pace (Interlagos). Para o ano seguinte, entram em cena a injeção eletrônica
monoponto, tanto nas versões a combustível de cana como nas movidas a derivado de petróleo, encostos de
cabeça vazados e uma luz no painel, que indicava o momento que o motor pedia a
troca da marcha. É lançada a série especial Wave, na cor prata, com rodas de
alumínio usinadas (as mesmas do Kadett Turim), bagageiro no teto e logotipos adesivos na
traseira e nas laterais. Em 1993, a Ipanema continuou mudando pouco: a gravatinha
branca desaparecia e dava lugar a uma placa redonda de fundo preto com o
logotipo da Chevrolet em prata, no capô, a mesma usada nas linhas Omega e Monza. As
duas versões tiveram itens padronizados com o então líder de vendas da GM (exceto
o Classic), como volante e rodas, e ganhavam bagageiro no teto (opcional na SL e de série na SL/E) e cobertura do porta-malas (opcional). A básica recebia carpete na parte posterior dos bancos dianteiros no lugar do vinil. Logo no
início do mesmo ano, chegava a série especial Sol, na cor Vermelho Creta
perolizado, com bagageiro no teto, grafia do painel na cor amarela, volante de
três raios do Kadett GSi, para-choques pintados e rodas de liga leve. Em abril, mais novidades: a carroceria de cinco portas, que tirava a de três do mercado definitivamente, e no acabamento de
topo, o motor 2.0 substituiu o 1.8, que permaneceu somente para o básico. Mas
houve um retrocesso inaceitável, que foi a volta dos obsoletos pinos de
travamento das portas, que os veteranos Monza e Chevette não usavam mais. Para
1994, as duas versões foram renomeadas – de SL e SL/E, passaram a ser GL e
GLS, como ocorreu com o Monza, representando uma padronização com Omega e Vectra. O
tanque de combustível era aumentado para 65 litros, mudança bem-vinda para ampliar a autonomia, uma vez que o anterior, de 50 litros, era criticado por exigir mais
paradas para reabastecer. Os letreiros “IPANEMA GL” e “IPANEMA GLS” passaram a
ser na porta traseira, enquanto os da cilindrada foram para as portas dianteiras. Chegava a
série especial Flair, na cor Cinza Bartok metálico, com acabamento interno de
padronagem diferenciada, motor 2.0 a injeção monoponto e saídas de ar no
capô, como no Kadett GSi.
Precocemente, em maio, a
General Motors apresentava a linha 1995, mas com evoluções: novo painel, nova
tampa do porta-luvas (que nos modelos até 1994, era alvo de críticas por ser
enorme, excessivamente inclinada, por não parar no lugar e precisar de fortes pancadas para fechar), alarme acionado pela
fechadura (até o ano anterior era acionado por ímã no pára-brisa), novos bancos
dianteiros e vidros elétricos na traseira e com comando na porta, em vez do console
central, que persistiu nas linhas Omega, Vectra e Monza. Em outubro, a produção da perua foi transferida de
São José dos Campos para São Caetano do Sul para abrir espaço ao então
recém-lançado Corsa, e a versão GLS foi extinta. Para seu lugar, a GM trazia da
Bélgica a Astra Wagon GLS, com o motor 2.0 a injeção multiponto, o mesmo dos Vectra GLS e
CD. A Ipanema GL permanecia, e ganhava itens da finada versão de topo, inclusive a oferta opcional da mecânica de maior litragem, freios traseiros a disco e transmissão automática, além de novas opções de cores e borrachão
lateral mais estreito. Em meados deste ano, os encostos de cabeça passaram a ser fixos e inteiriços. Os pneus finalmente mudaram para 185/70-13, mais adequados a seu porte, uma vez que os antigos 165/80 são estreitos e comprometem a segurança e a dirigibilidade. Em 1996, a perua permaneceu mudando pouco: a luz de troca
de marchas foi abolida, chegavam volante de três raios do Vectra, para-choques
pintados na cor do carro, lanternas traseiras em tom fumê, piscas dianteiros
incolores, emblemas externos cromados, novo pára-choque dianteiro e nova grade
dianteira com dois vãos e o grande logotipo cromado lembrando os modelos
da Opel. Internamente, os bancos dianteiros eram os mesmos do Corsa Wind e os forros das portas passaram a ser de plástico injetado, um lamentável rebaixamento de qualidade. A modernização do segmento de peruas estava evidente, pois neste ano a Volkswagen apresentou a Parati de segunda geração, enquanto Elba, Royale e Suprema se despediram do mercado. A station da Fiat, derivada do Uno, vendia pouco e sentia o peso dos anos, o que decorre essencialmente do aparecimento da linha Palio. O modelo da Ford, fruto da Autolatina e clone da Quantum, não resistiu as vendas baixas, estava defasado e perdeu a vez por que a marca do oval azul e a do carro do povo decidiram romper o acordo de fornecimento de componentes. A perua grande da GM deixou de ser produzida a pedido da Rede de Concessionárias General Motors, para não atrapalhar as vendas do Blazer, que estava posicionado em outro segmento. Para 1997, pouco mudou como nos anos anteriores: novas rodas em aço
estampado e de alumínio (opcionais), o logotipo da cilindrada foi para a parte
superior direita da porta traseira e o da versão passou para as portas dianteiras, e o motor
1.8 desaparecia, permanecendo somente o 2.0, agora com injeção multiponto e potência de 110 cv – o mesmo de alto torque dos então recém-lançados Vectra GL e GLS e equipado com componentes nacionais, ao contrário da unidade do Kadett GSi, que rendia 121 cv com peças importadas. A mudança foi feita para atender as normas antipoluição que passaram a vigorar em 1º de janeiro, a exemplo da introdução do catalisador, inexistente até o ano anterior. No início do mesmo ano, a modernização continuou: chegaram a média Escort SW e as compactas Palio Weekend e Corsa Wagon. Esta começou a canibalizar a Ipanema, que saiu de cena em outubro, pois estava defasada e vendendo pouco.
Ótimo carro,potente,espaçoso,econômico,gostoso de dirigir, não sei porque um carro tá espetacular desse saiu de linha!!
ResponderExcluirA Ipanema saiu de linha em fins de 1997, por que no ano anterior a GM anunciou a produção do Astra aqui no Brasil, e a compacta Corsa Wagon lhe tirou mercado. Ou seja, o Kadett de que deriva estava condenado a sair de linha. A década de 1990 foi uma década de reformulação da linha GM. Em 1994, a faixa de entrada da GM passou a ser representada pelo Corsa, que aposentou o Chevette. Em 1996, o segmento de sedãs médios, que tinha o Monza e o Vectra de primeira geração, foi renovado, pois o Vectra de segunda geração substituiu ambos. Em 1998, o segmento dos hatches médios tinha o Kadett, substituído pelo Astra em setembro do mesmo ano.
ExcluirEu amo o kadett Ipanema meu pai teve um SL/E1990 direção hidráulica cinza chumbo linda!!!mais o sistema de carburador OHC consome um pouco mais de combustível por isso quem for compra um kadett um Monza ou uma Ipanema comprem a linha de 92 a 98 são mais econômicas!!!e já com injeção eletrônica!!
ResponderExcluirEu amo o kadett Ipanema meu pai teve um SL/E1990 direção hidráulica cinza chumbo linda!!!mais o sistema de carburador OHC consome um pouco mais de combustível por isso quem for compra um kadett um Monza ou uma Ipanema comprem a linha de 92 a 98 são mais econômicas!!!e já com injeção eletrônica!!
ResponderExcluirSaudade dá Ipanema da minha mãe,cor prata, 94 , 1.8 EFI, nunca nos deixou na mão, muito fiável, mecânica barata e não fazia feio frente os 1.6 até 2.0 atuais, é um bom carro.
ResponderExcluirA Ipanema 94 que sua mãe tinha era uma GL. Mesmo nessa versão básica a Ipanema é um carro atraente. É tão boa quanto a GLS 2.0, a top de linha.
ExcluirTenho uma gls 95 completassa, ar condicionado,direção hidráulica escamoteavel, travas e vidros alarme de fábrica.tudo funcionando impecavelmente. Minha raridade.recomendo a quem ainda tem dúvidas desse clássico.
ResponderExcluirVc ainda tem ela ??
ExcluirTenho uma Ipanema 98 único Dono com 86.000 km original um carro maravilhoso
ResponderExcluirVc ainda tem ela ??
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirUm bom carro demais em confort , espaço , duravel e barato , porta malas enorme , anda muito as melhores são a alcool , mas tem que ser roda 15 ai o bicho pega na estrada.
ResponderExcluirTenho uma 94 flair álcool 2.o. 65mil km originais.carro exelente
ResponderExcluirInteressante é que NENHUMA perua GM vingou no mercado. Talvez a Caravan, que foi produzida por 17 anos, mas nunca foi uma best-seller. Já a Parati...
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