A Marajó levava vantagem em pisos de pouca aderência, e tinha bom esterçamento graças a tração traseira. Mas fez pouco sucesso pelo espaço interno limitado, como o Chevette de quem deriva. Na foto acima, uma SL de 1984.
A campanha de lançamento, em fins de 1980, definia a pequena perua como "O auto-suficiente". Note a ausência dos quebra-ventos, introduzidos no face-lift de 1983.
Uma SE de 1987, quando chegaram a porta traseira redesenhada, nova grade, novos pára-choques e a reformulação interna, que não alterou o aproveitamento de espaço no habitáculo, onde o motorista dirige em posição forçada e os passageiros de trás raspam a cabeça no teto e as pernas no encosto dos bancos dianteiros.
A versão SL/E, lançada para 1988 junto com o motor 1.6 S
Uma SL de 1989, seu último ano. A Marajó já estava defasada, por ter chegado ao mercado sete anos depois do seu originário Chevette, e não aguentou a concorrência com a Elba e com a Parati. A Fiat era moderna e a Volkswagen era líder absoluta de vendas.
Lançada em 1980, a Marajó é a
perua da linha Chevette. O nome vem da ilha paraense. Foi a resposta da GM a Panorama, derivada do Fiat 147 que fora apresentada nos primeiros meses daquele ano. Vinha nos mesmos acabamentos do carro em suas carrocerias
hatch e sedã (básico e SL), podia receber os motores 1.4 e 1.6 e já tinha os
faróis quadrados que marcaram a linha 1981. Para 1982, o logotipo da traseira e
do capô passava a ser o “CHEVROLET”, e os logotipos “MARAJÓ” e “MARAJÓ SL”
passaram a ser na lateral (o primeiro ao redor do pára-lama dianteiro, o segundo
na porta, em uma plaqueta no borrachão lateral). Na parte técnica, a ignição eletrônica era agora equipamento de série nas versões a álcool, enquanto as movidas a gasolina a tinham como opcional. A Volkswagen apresentou em junho uma nova concorrente, a Parati, que deriva do Gol lançado dois anos antes, mas equipada com a mecânica de arrefecimento líquido do Passat, em vez da refrigerada a ar usada no hatch, no Fusca e na Kombi. Em 1983, a perua recebe
alterações: nova frente inspirada no Monza, com novo spoiler dianteiro, nova grade
com várias lâminas separada do capô (que passava a ser mais inclinado), lanternas
direcionais traseiras em tom âmbar (que passariam a ser obrigatórias dois anos
depois), quebra-ventos e as ofertas de câmbio de cinco marchas, com quarta direta (1:1) e quinta multiplicada (0,84), e de motor 1.6 a
combustível vegetal, com alimentação por carburador de corpo duplo, enquanto o equivalente a derivado de petróleo tinha o de corpo simples. Mudaram o painel e o volante. Para 1984, vinham os cintos de segurança de três pontos na frente, permanecendo os pélvicos para os
passageiros de trás, a motorização 1.4 desaparecia e a unidade carburante de corpo simples passou a vir também na movida a combustível de cana. No ano seguinte, chegava a opção
de transmissão automática de 3 velocidades - que não teve êxito, pois era execrada pelos consumidores, que a consideravam frágil e de
manutenção cara. O câmbio manual de 5 marchas se tornava padrão, desaparecendo o
de 4. Na linha 1986, chegava a oferta de ar-condicionado, mas o sistema era só
frio, e não frio/quente como em outros carros, e não era de painel, como no Monza
e no já veterano Opala. Em abril, chegava a Elba, derivada do Uno. A perua da Fiat tinha projeto moderno e amplo espaço interno e de bagagem, em que pese ser compacta como a Marajó e a rival da marca do carro do povo. A Panorama foi descontinuada em dezembro junto com o 147. Para o ano seguinte, interior e exterior eram alterados, e chegava a versão de topo SE, transformando a SL na de
entrada e eliminando a básica. Mudavam grade e spoiler dianteiros, carcaça dos retrovisores externos (mudanças
inspiradas no Monza), porta traseira, maçanetas externas pretas em vez de
cromadas, e por dentro, travas junto as maçanetas e bancos dianteiros com encosto
de cabeça separado e novo revestimento. O novo acabamento tinha painel
diferenciado com relógio de horas digital, luzes para controle de consumo e hodômetro parcial (ausente da SL), faixa preta entre as lanternas traseiras e borrachão lateral mais
largo. Em 1988, chegavam novas combinações de acabamento/pintura externa e as ofertas de alarme (que aciona sirene, pisca-alerta e desativa o motor), rodas de alumínio (que voltaram a linha) e sistema de áudio (com ou sem toca-fitas). O destaque desta linha foi na mecânica: o motor 1.6 S, com bielas e pistões mais leves, anéis destes redesenhados, bronzinas redimensionadas, distribuidor com nova curva de avanço, novo sistema de lubrificação, coletor de admissão com curvas suavizadas, e carburador de corpo duplo, que retornava em definitivo, com uma interessante evolução: o segundo estágio só era acionado se necessário. O de corpo simples usado até o ano anterior deixou de existir, e só voltaria em 1992 para equipar a unidade de 1 litro do Chevette Junior. Era mais potente (81 cv com combustível vegetal, 73 com o de petróleo) e oferecia desempenho superior ao das versões com propulsor 1.6 antigo, além de menor consumo. No ano de 1989, nenhuma mudança
significativa. Em meados deste ano, as rodas do acabamento SL foram padronizadas com a picape Chevy 500 desta mesma versão. Isso não contribuiu para a
sobrevida da Marajó, que deixava o mercado meses depois, substituída pela
Ipanema, derivada do então recém-lançado Kadett, que é média e não pequena.
Tenho que concordar que os espaços internos é muito reduzido e a altura do teto muito baixa. Tornou-se um carro clássico e são raros. A minha Marajó é um SL 1985 1.6. Ainda está em plena forma, apesar da idade.
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