quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Verona (1989 - 1996)

Um GLX de 1990 em sua primeira geração. Apesar das qualidades e de ter feito relativo sucesso, saiu de linha rapidamente por ser derivado do primeiro Escort, cujo projeto tinha quase 10 anos, e pelo fato de a Autolatina ter iniciado o planejamento da reformulação da linha desde então.
O Verona LX vinha com rodas de aço com supercalotas, interior mais simples, relógio analógico no painel e motor CHT 1.6, mas trazia faróis de neblina, era econômico e tinha o mesmo bom nível de conforto e acabamento do GLX, como de hábito nos Ford de seu tempo.
Um GLX 1.8 de 1992, último ano da primeira geração: era bem equipado, trazendo conta-giros, check-control, comandos elétricos de vidros/travas/retrovisores, ar-condicionado, direção hidráulica e teto solar. Na parte técnica, as rodas passaram a ser aro 14 com pneus 185/60 e foi introduzido o catalisador, para atender as normas de emissões poluentes.
Um Ghia de 1994, já na segunda geração. Era bem-equipado, confortável e tinha bom desempenho, mas o estilo não caiu no gosto do consumidor, e mesmo com as evoluções e a boa dotação de itens de conforto e conveniência, este Ford não conseguiu repetir o sucesso de seu antecessor.
Um GLX 1.8i de 1996, o seu derradeiro ano, quando passou a ser produzido na Argentina: a linha sofreu um enxugamento e os itens de conforto e conveniência e de segurança dos anos anteriores não eram mais oferecidos. Note a grade oval integrada ao capô, destoante do resto do carro.

Lançado em fins de 1989 já como modelo 1990, o Verona marcou época por ser o primeiro produto da Autolatina e seu nome vem da cidade italiana. É a versão de três volumes do Escort, e vinha em acabamentos LX (de entrada, com motor CHT 1.6) e GLX (de topo, com o motor 1.8 da Volkswagen). Era oferecido somente com duas portas, atendendo a preferência nacional daquele tempo e oferecia itens de conforto e conveniência interessantes, sendo alguns deles inéditos em um carro brasileiro, e se diferenciava do Escort de que deriva por ter grade de dois segmentos (no hatch a grade era de um segmento único integrada ao pára-choque), lanternas traseiras com outro desenho e faróis de neblina, que o Escort não usava mais. Mesmo com duas portas, o carro se destacava por ter um interior confortável e bem-acabado (regra nos Ford da época) e por trazer um porta-malas espaçoso. Tinha bom desempenho e era econômico em ambas as versões. Mas em seu primeiro ano-modelo, o carro sofre um golpe: a Autolatina anuncia para dali a dois anos a renovação da linha Escort/Verona e de seus clones, o que é decorrente do fato de que, apesar das qualidades e de ser um modelo recém-lançado, o Verona era derivado de um carro defasado (o Escort de primeira geração), cujo projeto tinha 7 anos. Para a linha 1991, nenhuma mudança significativa, apenas novas opções de cores externas e a oferta do motor AP-1800 na versão de entrada opcionalmente. Em 1992, chegam o catalisador, para atender as normas antipoluição, e a opção de direção hidráulica (só com a mecânica de origem VW), enquanto a versão de topo ganha rodas aro 14 com pneus 185/60 (como no Escort XR3), em contraste ao que aconteceu com o Apollo GLS, seu clone e concorrente direto, no qual as rodas eram de 13 polegadas com pneus 175/70. O LX ganha as supercalotas que equipavam de série o GLX e ar-condicionado como opcional, desde que equipado com motor 1.8. No final do ano, a primeira geração encerrava sua carreira junto com o carro da marca alemã, apesar de ter feito relativo sucesso. Em outubro de 1993, era apresentada a segunda geração, para a linha 1994. Com sua nova cara, o Verona era oferecido somente com quatro portas, em acabamentos LX (de entrada, com motor 1.8), GLX (agora intermediário, que podia receber as duas motorizações), e Ghia (de topo, com a mecânica 2.0 a injeção multiponto, a mesma do Escort XR3). As três versões tinham banco traseiro com encosto rebatível, como no Omega, no Logus lançado meses antes e no Vectra, cuja primeira geração foi lançada quase ao mesmo tempo. Os dois primeiros vinham com o problemático carburador eletrônico. As lanternas traseiras e o conjunto ótico dianteiro eram padronizados com o Escort, pois não haviam elementos de diferenciação. O GLX vinha com rodas de aço estampado com supercalotas quando equipado com motor menor, e com rodas de alumínio com o motor superior. Haviam itens de conforto e conveniência interessantes, como volante com regulagem de distância e CD Player com equalizador. Na mecânica, destaque para a opção de freios a disco nas quatro rodas. Em contrapartida, havia um defeito inaceitável para um carro desse tipo, em especial nas versões superiores: não tinha vidro elétrico traseiro. Neste mesmo ano, o sedã foi o carro oficial do GP do Brasil de Fórmula 1, disputado em março no autódromo José Carlos Pace (Interlagos). Meses depois, chegava a injeção eletrônica FIC para toda a linha (monoponto nas versões 1.8 e multiponto nas 2.0) e o modelo foi vítima do fim da Autolatina, mas ainda assim permaneceu sendo normalmente produzido graças ao acordo entre Ford e Volkswagen, esta a fabricante de seus motores. Para a linha 1995, o acabamento de entrada era renomeado GL, mais uma padronização com o Escort de que deriva. As outras versões permaneciam, e agora a injeção eletrônica passa a equipar também os motores a álcool. Era lançada a série especial S. Em 1996, a produção do Verona foi transferida para a Argentina, de onde passava a vir pelo Mercosul, trazendo más novidades: a pintura do compartimento do motor e da parte interna da tampa do porta-malas vinha em primer, contrastando com a pintura externa, houve um enxugamento da linha (só vinha agora nas versões GL, GLX e S), sendo as duas primeiras com o AP-1800 e a superior com a unidade de 2 litros. Esta motorização deixou de ser oferecida opcionalmente na versão intermediária, e os itens de conforto e conveniência e de segurança dos anos anteriores não eram mais oferecidos. Externamente, as lanternas traseiras vinham em tom fumê, os pára-choques e retrovisores eram pintados na cor da carroceria, e a nova grade oval integrada ao capô destoava do restante do carro. Devido ao estilo sóbrio demais, a segunda geração do Verona não teve sucesso, apesar das qualidades que oferecia nos primeiros anos, vendeu pouco, e no ano em que passava a vir do país vizinho, o carro deixava de ser produzido, uma vez que o acordo de fornecimento de componentes acabou e a linha era reformulada para o ano seguinte.

2 comentários:

  1. Se pensar na continuidade do Corcel 2, o Verona seria o legítimo Corcel 3. As linhas do desenho meio que acompanham uma hipotética terceira versão.

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  2. O primeiro Verona foi um sucesso de vendas, chegou a superar o Escort por alguns meses. Talvez a presença de seu clone Apollo fez com que suas vendas fosses divididas. Sobre a segunda geração de 93, bem, alguém uma vez disse que deveria ter outro nome (talvez Orion mesmo como na Europa e Argentina) devido a não ter nada a ver com o modelo anterior. Além do que os antigos proprietários do Verona ficaram put*s com a Ford (Autolatina) ter retirado de linha um carro com menos de 3 anos de mercado.

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