terça-feira, 31 de março de 2015

Supermini (1992 - 1995)

O Supermini chegou em 1992 para suceder o BR-800, e tinha sobre este evoluções, como o motor com 36 cv ante 33 do antigo, terceira porta e vidros laterais descendentes em vez de corrediços, que permitiam melhor aeração interna. Ao mesmo tempo, vinha também como resposta a Fiat, que estava no segmento desde meados de 1990 com o Uno Mille, e também a General Motors e a Volkswagen, que apresentaram, respectivamente, Chevette Junior (em março) e Gol 1000 (em outubro)


Lançado em 1992, o Supermini vinha para suceder o BR-800 no segmento de carros com motor de até 1 litro, era a resposta da Gurgel ao Uno Mille e também aos dois concorrentes apresentados no mesmo ano (Chevette Junior e Gol 1000) e trazia boas evoluções em comparação com o seu antecessor. O motor de 800 cilindradas era o mesmo Enertron que equipava o BR-800, mas com mudanças que aumentaram potência e torque (36 cv e 6,6 mkgf, na ordem, ante 33 cv e 6,2 mkgf), e tinha recursos interessantes, como a bomba d'água movimentada diretamente pelo comando de válvulas, e a carroceria com estrutura espacial em aço com perfil tubular misto. Feita de fibra de vidro, tinha a vantagem de ser imune a ferrugem e era ausente dos rivais, que tinham lataria de aço. A caixa de câmbio era feita na Argentina e o acabamento era melhor que o do antigo modelo, com bancos maiores, vidros laterais descendentes em vez de deslizantes, terceira porta, e eram oferecidos muitos itens interessantes para um carro subcompacto: conta-giros, relógio analógico, rádio/toca-fitas com antena no teto, terceira luz de freio (brake-light), luzes direcionais no teto, banco traseiro bipartido e espelho retrovisor externo do lado direito, que os adversários da GM e da Volkswagen só tinham como opcional e o da Fiat, nem assim. A suspensão dianteira era independente, com molas helicoidais e amortecedores telescópicos de dupla ação, e a traseira era "Leaf Coil", com lâminas paralelas de aço, que além de absorverem o torque do diferencial, trabalham também como um sistema estabilizador. Como convém a um carro desse tipo, a direção era referência em leveza e precisão e graças a tração traseira, tinha um excelente esterçamento, como o concorrente da marca da gravata. Mas não havia servofreio nem como opcional, o que aumentava o esforço nas freadas. O acabamento externo deste Gurgel era melhor que o de seus concorrentes não somente pela presença do retrovisor externo direito, como também pelas supercalotas e pelos pára-choques e molduras laterais em prata. Mas o conforto dos ocupantes e o espaço de bagagem foram sumariamente ignorados, em especial este último, pois a capacidade do porta-malas era somente de 99 litros. E o desempenho era muito inferior ao de seus concorrentes, pois o pequeno Gurgel fazia apenas 111 km/h de velocidade final e levava longos 35 s para cumprir a aceleração de 0 a 100 km/h, enquanto no Chevette Junior esses números eram, na ordem, 131 km/h e 21,5 s; no Gol 1000, 132 km/h e 25 s; e no Uno Mille, 133 km/h e 24,6 s. Em 1993, o Supermini sofreu com a crise financeira da Gurgel, que entrou em regime de concordata em junho do mesmo ano devido ao Plano Collor dos anos anteriores. Várias concessionárias da marca fecharam as portas. Nesta época, a montadora 100% brasileira não faturava nem vendia carros novos. 1994 foi mais um ano difícil para a vida do pequeno carro, pois a Gurgel foi declarada falida. O carrinho não teve maiores evoluções desde o início de sua vida até 1995, quando deixou definitivamente de ser produzido.

domingo, 15 de março de 2015

Chevy (1983 - 1995)

A Chevy 500 SL no início de carreira. A grade frontal era a mesma do Chevette de que deriva e da perua Marajó, mas as rodas tinham desenho diferente das que equipavam seus companheiros de linha. A tração traseira era a principal característica da pequena picape da General Motors
Uma Chevy 500 DL de 1993, na cor Azul Berlim, quando a picape completou uma década de vida. Era equipada com catalisador desde o ano anterior, quando o Opala, que também recebeu o mencionado equipamento obrigatório, saiu de linha.
Também de 1993 é a série especial Camping, que tinha cobertura da caçamba, rodas e pára-choques na cor do carro, mas não o vidro traseiro basculante e a grade de proteção deste.
Um exemplar de 1994, que se diferenciava externamente pelo amplo logotipo adesivo Chevrolet, pela faixa lateral estreita e pela capota marítima. Por dentro o tecido dos bancos e o volante eram os mesmos do Chevette L oferecido no ano anterior.

Lançada no final de 1983 como modelo 1984, a Chevy vinha para representar a General Motors no segmento das picapes derivadas de automóveis, usando como base o Chevette, carro mais vendido no Brasil no mesmo ano. Era chamada Chevy 500 em referência a sua capacidade de carga de meia tonelada. Em 1982, a Ford e a Volkswagen já estavam neste segmento respectivamente com a Pampa, derivada do Corcel ll e a Saveiro, derivada do Gol e ainda equipada com motor refrigerado a ar, e a Fiat era representada pela Fiorino, posteriormente rebatizada City e que sucedia a 147 Pick-up. A Chevy em seu início de vida tinha a mesma grade frontal de seus companheiros de linha, os Chevette Hatch e Sedã de 2 e 4 portas e a Marajó, mas as rodas tinham desenho diferente destes, e a principal característica da pequena picape da General Motors era a tração traseira, que permitia um excelente esterçamento e melhor aderência em estradas de areia, terra e lama, ao contrário das concorrentes, que tinham tração dianteira. O logotipo "Chevrolet" na traseira, situado a direita da maçaneta de abertura da caçamba, era maior do que o usado no carro e na perua. Esta lhe cedeu as lanternas traseiras, a exemplo do que ocorreu também na 
Saveiro, que usava as mesmas da Parati, na City e na Fiorino, cujas lanternas traseiras eram, respectivamente, as mesmas de Panorama e Elba. As primeiras unidades não tinham encosto de cabeça, que logo foi introduzido para atender as reivindicações dos usuários, e a caçamba era revestida com ripas de madeira. Este item vinha de série e equipou a Chevy durante toda sua vida. Para 1985, chegava a opção de câmbio automático de 3 velocidades, que não teve êxito, pois esse tipo de câmbio era execrado pelos consumidores, que o consideravam frágil e de manutenção cara. O câmbio manual de 5 marchas se tornava padrão, desaparecendo o de 4. Na linha 1986, chegava a oferta de ar-condicionado, mas o sistema era só frio, e não frio/quente, como em outros carros, e não era de painel, como no Monza e no já veterano Opala. Para o ano seguinte, mudaram apenas os acabamentos interno e externo e chegava a versão de topo SE, transformando a SL na de entrada. Mudavam grade e spoiler dianteiros, carcaça dos retrovisores externos (mudanças inspiradas no Monza), maçanetas externas pretas em vez de cromadas, e por dentro travas junto as maçanetas e bancos com encosto de cabeça separado e novo revestimento. A nova versão tinha painel diferenciado, com relógio de horas digital e luzes para controle de consumo, mas o borrachão lateral era mais estreito que o usado nos Chevette e nas Marajó e a grade recebeu um desenho agressivo enquanto estes permaneceram com o desenho suave. A SL recebeu um borrachão lateral estreito e o logotipo do carro passou a ser somente "CHEVY 500". Em 1988, chegava o motor 1.6 S, com carburador de corpo duplo em vez do de corpo simples usado até o ano anterior, pistões e bielas mais leves. Era mais potente (81 cv a combustível vegetal, 73 a gasolina) e oferecia desempenho superior ao das versões com motor 1.6 antigo, além de menor consumo. A versão de topo era renomeada SL/E, padronização com o Monza. No ano de 1989, nenhuma mudança significativa. Em 1990, não houve maiores mudanças e em meados do ano a oferta da transmissão automática deixou de existir. Para 1991, as versões SL (de entrada) e SL/E (de topo) deixam de existir e surge a versão DL, uma unificação das versões do ano anterior. Na linha 1992, a Chevy recebeu encostos de cabeça vazados e catalisador para se enquadrar nas normas de emissões poluentes. Este foi introduzido também na linha Opala/Caravan, que saiu de linha em abril do mesmo ano. Para 1993, a picape completou 10 anos de vida e recebeu a série especial Camping, que vinha na cor Branco Nepal e trazia logotipos adesivos, rodas e pára-choques na cor do carro, acabamento interno de padronagem diferenciada e cobertura da caçamba, mas o vidro traseiro não era basculante e não tinha a grade de proteção. Em 1994, a picape sobrevive a descontinuação do Chevette e o borrachão com a plaqueta "CHEVY 500 DL" desaparecia. Em seu lugar, veio o friso estreito usado no ano anterior pelo Chevette L e na mesma época pelo Monza GL, e voltou o logotipo "CHEVY 500" usado nas SL de 1987 a 1990. O emblema "CHEVROLET" passou a ser grande e tomando toda a largura da tampa da caçamba, como na Camping oferecida em 1993, mas o emblema 1.6/S desapareceu. O tecido dos bancos passou a ser o mesmo da versão de despedida do carro de quem é derivada e o volante, o das versões Junior e L do sedã. Como opcional, surgiu a cobertura da caçamba, oferecida anteriormente em sua única série especial. A Chevy teve a linha 1995 apresentada oficialmente pela General Motors, mas com sinais de que estava para ser aposentada, uma vez que a Pick-up Corsa já esquentava nos fornos. Em abril do mesmo ano, a picape derivada do Chevette deu adeus ao mercado, vendendo 301 unidades em quatro meses e abrindo caminho para sua sucessora que viria em junho seguinte.